Azeite de Dendê |
Caras pessoas (tive que trocar a saudação habitual já que os "não-machos" invadiram esse blog), com dendê não existe meio termo: ame-o ou deixe-o. O sabor forte e característico não lhe deixa muitas opções. Mas baiano que é baiano (ou os híbridos, que vem de outros locais do mundo e aqui se instalam definitivamente) não passa muito tempo sem comer algo que leve dendê. Até porque, na culinária baiana, quase tudo leva esse azeite avermelhado trazido da África. Confesso que meu lado maligno se diverte ao ver alguém de fora ou um recém chegado se empanturrando de dendê, já que sei o resultado futuro disso. hehehe
O azeite de dendê, ou óleo de palma, como é conhecido em outros lugares, é produzido a partir do fruto da palmeira conhecida como Dendezeiro. É um azeite popular na culinária baiana e, também, na angolana. Consumido a mais de 5.000 anos, foi introduzido no continente americano pelos escravos de origem africana. É fonte natural de vitamina E e, por ser rico em vitamina A, com 14 vezes mais betacaroteno que a cenoura, tem uma cor avermelhada intensa. É, também, o segundo óleo mais produzido e consumido no mundo perdendo, apenas, para o Azeite de Oliva. Além disso, uma pesquisa realizada pela Escola Bahiana de Medicina mostrou que o dendê, tomado na quantidade certa (eu falei quantidade certa, glutão devorador de acarajé), pode ajudar a reduzir o colesterol e os triglicérides.
Apesar de ser utilizado também para fritura (que altera a cor e eliminará toda a vitamina), eu recomendo que você o utilize apenas para cozimento e, acrescente ele sempre ao final do preparo, em pequena quantidade, para que o sabor e a cor sejam destacados. Nunca acrescente o azeite e o mantenha "cru". Deixe ele cozinhar um pouco ou o efeito colateral fará com que você deseje muito nunca tê-lo comido em sua vida.
Bons azeites são geralmente encontrados em feiras livres, engarrafados em embalagens reaproveitadas de leite de côco ou outra mas, para sua própria saúde, recomendo os industrializados ou, se produzidos de maneira artesanal, que venham de fontes conhecidas por você. Escolha sempre o azeite puro, livre do que chamamos de "pé" (aquela borra que fica no fundo) e, translúcido.
Agora que você conheceu um pouco mais sobre o azeite de dendê, já pode se aventurar pela culinária baiana sem receio de estragar a receita.
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Menino que aula hein :o Parabéns!
ResponderExcluirUm abraço,
Queila
Ótima aula encontrei aqui hoje Sr. Tulio. Adorei saber mais sobre o dendê. Eu gosto desse azeite, em uma ocasião a alguns anos atrás fiz uma receita de camarões a baiana e de fato na época a receita pedia que se adicionasse o azeite no final do cozimento. Preciso voltar a elaborar algumas delicias da culinária baiana. Quanto aos efeitos colaterais, se fosse comigo, vc não me pagaria mais, pois já cai nessa, e meu amanhecer começou trágico e doloroso. Oh céus! Oh dor! Oh azar! kkkkkkk Bjos
ResponderExcluirTulio
ResponderExcluirDevo te confessar que não sou muito fã do azeite de dendê não. Talvez não tivesse sido apresentada a ele com tanta categoria assim, como vc fez agora. Obrigada pela aula.
Aproveito pra te desejar um Natal com muita união e paz em sua família e um Ano Novo com muitos bons momentos reservados para todos a sua volta.
Bjs
Tô me sentindo "O" professor aqui. kkkkkkkkkkk
ResponderExcluirGente, eu só falei sobre coisas que sabia e sobre informações que reuni. Nada demais.
Deborah, como eu disse no texto, azeite de dendê é um caso de amor ou ódio. Não tem meio termo. Talvez o sabor não lhe agrade porque quem fez o prato pesou a mão. O ideal, como eu falei, é botar um pouco, no final do prato, pra dar o sabor e a cor característicos, mas sem esconder o sabor do prato.
Josy, volta a testar umas receitinhas sim. Mas segue essa dica aí que dei pra Deborah. Faz o prato todo, como manda a receita, mas deixa o azeite pro final. Pra uma moqueca feita em uma caçarola média, por exemplo, use coisa de duas a três colheres de sopa de azeite. Não mais que isso.
Queila, não se faça de desentendida não que tu também tem dendê correndo nas veias. Se vacilar, mais que eu. Passo meses sem comer dendê. :op
Rapaz, o paulista aqui afora dende e se dá muito bem com ele. Faço uma farofa que até hoje ninguem desconfia que vai partes iguais de azeite vegem e dendê, e o povo adora. Otima aula by the way. Abs
ResponderExcluirNão poderia deixar de vir ao blog do meu amigo Túlio, que me ensina muito com suas dicas, receitas e sugestões, mas que tbém já me fez rir muito com sua alegria e sua autencidade. Túlio, desejo de coraçao para vc, sua esposa e sua familia um Natal maravilhoso e um abençoado Ano Novo repleto de paz, saúde, harmonia e união. Bjos
ResponderExcluirTulio, querido, como sempre arrasou! Nós mortais das regiões mais sulistas desse Brasil conhecemos muito pouco dessa maravilha que é o azeite de dendê! Eu, por exemplo, achava que a principal função era fritar mesmo! Ainda bem que você me tirou da ignorância dendêística! rsrs Aproveito para deixar meus desejos de um 2012 recheado de delícias para vc! beijão
ResponderExcluirWair, obrigado pela visita e pelo comentário. :) Se a gente usa dendê na dose certa, ele faz o papel dele sem carregar no sabor. Realmente muita gente nem nota.
ResponderExcluirBruna, acho que vou montar uma exportadora de dendê ou uma base de escambo. kkkkkkk Porque tem muito produto daí que aqui é difícil de encontrar ou, quando encontra, custa os olhos da cara. A maioria das pessoas acha que a função do dendê é fritar porque está acostumada com a idéia do acarajé. Mas na moqueca e em outros pratos cozidos vai dendê também. Um pouquinho, no final do cozimento, pra dar a cor e o sabor.
Como o Natal já passou, desejo a vocês um ano novo carregado de sucesso e "virado no mói de coentro" ou, traduzindo pra quem não entender, bom pracara$#&!!!! :o)